Além de um assalto

Assistir às tragédias diárias que insistem em passar na TV, me fazia questionar  se teria o privilégio de passar a vida sem ser vítima da criminalidade. E se fosse assaltada? Ficava pensando se reagiria ou não como as pessoas que anunciavam nos jornais.

Moro no interior de Minas, então tinha a esperança de não compor essa estatística. Ao contrário das minhas expectativas, ano passado fui assaltada (juntamente com 11 pessoas) quando estava no ponto de ônibus, vindo do shopping. Era noite quando três pessoas nos surpreenderam. Estavam armados, cheguei a pensar que aqueles poderiam ser meus últimos minutos de vida. Fiquei completamente paralisada, sem reação, foi como se estivesse mergulhado em um universo paralelo, minha mente desassociou, parte demim não estava ali.

Equanto o assalto acontecia, eu estava imersa em um misto de pensamentos de medo, dúvida, fuga, esperança, morte… Voltei à realidade quando um deles foi com a mão na direção da minha bolsa e disse que queria o celular. E assim como apareceram, desapareceram inesperadamente.

Antes tivessem roubado apenas o celular, mas levaram mais…

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Tiraram de mim toda a seguraça de deslocar-me na rua, a paz de andar sozinha, não gosto de sair a noite, não me sinto bem com extranhos. Comprei outro celular, mas ainda estou tentando recuperar as demais coisas que me levaram.

Até a próxima…

Pollyanna Rodrigues

Mineira, casada, encantada por psicologia comportamental, física quântica, tecnologia, ciências, ecumenismo, humor inteligente e bem-estar.

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Publicado em Comportamento
4 comentários em “Além de um assalto
  1. Candy Girl disse:

    Eu e minha família fomos roubados enquanto dormíamos em nossa casa. Acordamos cedo com tudo espalhado no chão, sem compreender como aquilo tudo aconteceu sem acordamos. Tudo poderia ter sido bem pior. Hoje, apesar de morar em um país com baixas taxas de criminalidade, o medo de algo acontecer é constante e pode ter certeza que evito andar sozinha em lugares escuros e desertos. O medo não me abandona.
    Bjo em vc!

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  2. ornitorrinca disse:

    Ótimo relato (apesar de ser sobre algo tão triste), sinto muito pela experiência… você vai conseguir se recuperar, não desiste! Já estive nessa umas vezes e fui me recuperando aos pouquinhos (no começo é uma titica até pra fazer as coisas mais banais).
    Acho que o que pode mudar dentro da gente é até benéfico, de certa forma: a gente passa a acreditar na possibilidade dessas coisas acontecerem, porque de fato é possível, e passa a se cuidar mais e ficar mais alerta. Quando a gente supera a fase do medo que limita, e transforma isso só em atenção e precaução, sem se limitar tanto, vai ser até bom pra nossa vida. :))
    Abraço!

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